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Acesso às redes torna crianças mais atentas às questões globais, diz pesquisa

Imagem: Norma Mortenson/Pexels

À medida que as crianças se tornam mais expostas à tecnologia e às mídias sociais, elas se mostram mais propensas a se preocupar com questões que afetam o mundo como um todo. E também a influenciar compras com esses valores. É o que identifica um monitoramento realizado na plataforma de dados da consultoria britânica The Insights Family, realizado globalmente, em 22 países.

De acordo com o levantamento divulgado em junho, mais da metade das crianças pequenas pesquisadas têm contato com algum dispositivo conectado à internet: 52% de três a cinco anos têm acesso a um tablet.

E, quando crescem, ingressam nas grandes plataformas: 50% dos pré-adolescentes consultados (de 10 a 12 anos) assistem a vídeos no YouTube, enquanto 31% usam o TikTok. “Crianças habilitadas digitalmente estão aprendendo a acessar o que quiserem, quando quiserem”, diz texto de divulgação do estudo.

Com o acesso às relações em rede, a consciência sobre questões globais está ficando maior, aponta o levantamento. Desde 2021, a preocupação das crianças pesquisadas com crueldade animal aumentou 79%, segundo a plataforma de dados. Também cresceram na consideração dos pequenos consumidores as questões de direitos humanos (alta de 42%), igualdade de gênero (+38%) e racismo (+18%).

A mudança climática também vem ganhando mais relevância entre as crianças, ocupando conversas na família, influenciando em aspirações de carreira e atitudes em relação ao futuro, observa o estudo. Um recorte entre crianças e adolescentes de 10 a 18 anos no Reino Unido mostra alta de 11% do tema nos tópicos de conversas em um ano. E mais da metade das crianças de seis a nove anos (52%) diz que pensa sobre o efeito de suas próprias ações no meio ambiente.

O estudo mostra ainda que as preocupações das crianças sobre meio ambiente estão cada vez mais influenciando o consumo das famílias. Esse dado é apontado por um índice chamado gap valor-ação, que mede a diferença entre a parcela de crianças que se preocupam com questões ambientais e a fatia que de fato escolhe produtos de acordo com esse propósito.

Enquanto no ano passado as compras de alimentos e bebidas tiveram um gap valor-ação de 8 pontos percentuais, em 2022, essa diferença diminuiu para 5 pontos. “Isso sugere que as crianças estão se tornando mais propensas a relacionar compras aos seus valores”, diz o estudo.

Além disso, as vozes das crianças estão se tornando mais fortes e relevantes dentro de casa, o que torna a escuta desses valores cada vez mais relevante para marcas. Em outro recorte no Reino Unido, o número de pais de crianças e adolescentes entre 1 a 16 anos que dizem que seus filhos influenciam suas decisões de compra aumentou em diversas categorias de produtos.

Para 35% dos pais pesquisados, os filhos influenciam em quais dispositivos tecnológicos eles usam, enquanto 33% dizem que seus filhos influenciam as roupas que vestem. “Como as crianças têm uma influência maior sobre os gastos da família, é importante que as marcas entendam os jovens consumidores e se envolvam com seus valores e interesses”, diz o estudo.


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