O UOL AD_LAB foi até Austin, no Texas (EUA), para beber na fonte do South by Southwest (SXSW), entrar em contato com tendências e extrair insights. Um dos maiores eventos de inovação, tecnologia e economia criativa do mundo, o SXSW é crucial para o mercado publicitário, de mídia, produção de conteúdo e tecnologia.
Com um line up gigantesco, a gente foi para lá focado em conteúdo e campanhas digitais. Veja 7 principais insights:
1. Contexto é o que dá corpo ao branded content
Sem contexto, sem o apoio de um publisher e da sua audiência, projetos de branded content perdem força. Sozinhos, eles têm problemas de escala. E escala é mais importante do que conversão para o branding.
“Ninguém quer ler branded content feito por marca. Brand managers são muito covardes com relação a conteúdo”, diz Geoff Cottril, ex CMO da Converse.
2. Infuenciadores são solução de escala e não de branding
O poder do influenciador está na comunidade que o segue, na sua audiência. E isso é uma solução de escala. Eles têm muito a ensinar às marcas sobre estratégias de formação de público, por serem capazes de manter a conversa viva e de conquistar sua confiança. Mas branding não é com eles. Branding requer uma linha editorial que reflita o valor da marca.
“Por que não construímos marcas em cima de jornalistas e audiência em cima de influencers? Faz mais sentido que o contrário”, Mark Schaefer, consultor de marketing e de social media
3. Live video precisa fazer sentido
Os vídeos ao vivo estão aí, e as marcas se veem desafiadas a fazer bom uso dessa tendência. Já ficou evidente que será necessário desapegar da qualidade da produção e do controle total sobre o roteiro. Num live, não precisa tudo dar certo e o improviso é até desejado. Para isso, é necessário haver equipe treinada que segure a narrativa.
Mas quando vale fazer um live? É preciso haver propósito e sentido. O recurso só vale em evento quente ou quando há demanda real de interação com o público.
4. Linguagem é desafio para a inteligência artificial
No momento em que a inteligência artificial é uma realidade tecnológica em quase todos os ambientes, o desafio agora recai sobre a linguagem. Como fazer com que robôs falem nossa língua e não o contrário? Cases do mercado gastronômico expostos no SXSW mostraram que o caminho passa por olhar atentamente para a jornada do consumidor. É assim que campanhas digitais podem encontrar pontes de diálogo entre os bots e seus públicos.
5. Em VR/AR, narrativas e conveniência darão rumo para marcas
O jogo ainda está em aberto para as tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada. E existe a questão: qual será o hardware vencedor? Qual será o layer entre mundo real e mundo virtual? De certo até agora, é que as narrativas e a conveniência darão o rumo dessas ferramentas para as marcas.
A grande diferença entre VR e AR está no ambiente. Realidade aumentada é como a visão do Homem de Ferro. Já realidade virtual é sair do próprio mundo e entrar em outro. Pensar nesses recursos apenas como imersão ou exploração de um cenário é passado. É preciso saber contar histórias e encontrar utilidade real para elas.
6. Comportamento importa e não mais a idade
As dinâmicas sociais e de relacionamentos mudaram, o que torna a definição do público-alvo mais complexas na hora de segmentar as campanhas. Por isso, definir target por idade é cilada. Um homem de 40 anos pode não estar começando a construir sua família. Ele pode estar curtindo uma balada.
Como encontrar isso em dados? Sites e aplicativos de relacionamentos (como Tinder e Happn) podem ser valiosíssimos. O comportamento de consumo é altamente definido pelo estado civil.
7. No mobile, esteja presente nas horas de distração
As pessoas estão passando mais tempo no celular, e o ideal é estar presente nos “couch moments”. Boa parte do tempo gasto nos smartphones é com distração. A percepção de tempo é diferente – passa mais rápido — e a jornada de consumo no mobile é mais curta, aumentando a chance de conversão. Uma tendência para vendas é o uso de shortcuts para agregadores de e-commerce.