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3 tendências que irão moldar o futuro do conteúdo, segundo Amy Webb

Imagem: Alex Iby/Unsplash

Uma “Nova Desordem Mundial” é a expressão usada pela futurista Amy Webb, fundadora do Future Today Institute (FTI), para definir o contexto atual, impactado pela pandemia de covid-19. “Precisamos ter humildade para aprender, ser mais conscientes, flexíveis e saber lidar com o imprevisível”, disse durante sua apresentação na edição 2021 do South by Southwest (SXSW), em que lançou o “Tech Trends Report 2021”, seu 14º relatório anual de tendências.

Diante desse cenário, segundo a futurista, saber se adaptar aos movimentos que surgem identificando seus sinais é mais produtivo do que tentar prevê-los. Ante o cataclisma vivido em 2020, esses sinais se multiplicaram. No report lançado este ano, que pode ser baixado gratuitamente online, Amy aponta 500 deles (no ano passado foram 365), em que tecnologia e inovação devem atuar, impactando os mais variados setores.

Em meio a tantas possibilidades, o blog UOL AD_LAB filtrou três tendências que devem moldar o futuro do conteúdo. Conheça:

1. O fim das métricas de atenção

A economia de atenção — que tem como objetivo mensurar que mídias os consumidores olham e escutam e por quanto tempo — não é tão simples de se medir, como se supunha. E, pior, é algo pouco confiável. Segundo o relatório, pesquisadores estimam que mais da metade do tráfego da web é falso, com bots fabricando cliques. No entanto, boa parte da economia digital é construída com base nessa quantificação.

Somado a isso, à medida que os navegadores bloqueiam cookies, até mesmo o comportamento de navegação real fica mais difícil de ser rastreado. Surgirá uma nova lógica? A tendência é que o marketing digital e anunciantes invistam em novas tecnologias para quantificar o impacto de seu trabalho, para garantir que seus parceiros confiem em suas métricas.

2. Imagem e voz em mídia sintética

Áudio, vídeo, deepfakes, personagens virtuais e ambientes produzidos por mídia sintética, ou seja, conteúdos digitais gerados por inteligência artificial, devem se multiplicar com o avanço da interação homem-máquina (XR, Extended Reality), com aparência e som cada vez mais realistas. Esse movimento já poderá ser visto com mais frequência em 2021, segundo o relatório.

Mas, embora construídos para tornar mais interativa a relação com novos dispositivos tecnológicos, a tendência é que a mídia sintética extrapole para novos campos com seus personagens artificiais. Clones de voz, skins, gestos, fotos e bots interativos poderão gerar personagens em filmes; automatizar a dublagem em idiomas estrangeiros em chats de vídeo. “Imagine um gênero inteiramente novo de novela, onde sistemas de IA aprendem com seu comportamento digital, biometria e dados pessoais”, prevê o report.

3. Enfim, os hologramas

Os hologramas — gravações de campo de luz que, quando reproduzidas, podem aparecer como imagens tridimensionais — estão saindo do campo da ficção científica para a realidade. Em dezembro de 2020, a Netflix lançou uma ferramenta de holograma em realidade aumentada antes de lançar o filme de George Clooney “The Midnight Sky”, que permite a projeção de vídeos do público. Já a Blank XR está desenvolvendo uma plataforma de shows que permitiria aos fãs interagir com os hologramas dos músicos, entre outras iniciativas.

Mas a área do entretenimento é só um começo para essa tecnologia, segundo o report. A tendência é que os hologramas combinados de várias maneiras com mídia sintética em breve habitem ambientes cotidianos, do marketing — com novos porta-vozes artificiais passíveis de projeção — à realização de trabalhos complexos e treinamentos. Na área médica, o mapeamento holográfico pode fornecer uma visão de 360 graus dos órgãos, vasos, ossos e tecidos internos de um paciente, ajudando em diagnósticos e cirurgias. “Espere ouvir mais sobre hologramas à medida que a resolução, a volumetria e a profundidade de campo melhoram e o 5G alimenta o nível de transferência instantânea de dados”, diz o relatório.


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