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Jurados brasileiros do Festival de Cannes apontam tendências na publicidade

Imagem: Divulgação/ABA

Jurados em Cannes, Adriano Matos, Bia Granja e Paulo Ilha participam de evento da ABA

Para três jurados brasileiros do Festival Cannes Lions, os dias intensos de imersão nos trabalhos concorrentes serviram não apenas para avaliar as campanhas, mas também trouxeram insights importantes sobre os rumos da publicidade.

Adriano Matos, CCO da GREY e jurado em Mobile; Bia Granja, CCO da YouPIX e jurada em Social & Influencer; e Paulo Ilha, VP de Mídia da DPZ&T e jurado em Media, contaram suas impressões e experiências durante o evento ABA Cannes Insights, em São Paulo.

Para eles, a partir do volume de trabalhos analisados, muito se extrai de tendências do mercado publicitário, independentemente das campanhas que levaram prêmios para casa. Veja o que cada um identificou:

Adriano Matos (GREY): a Era do Virtureal

Para Adriano Matos, os trabalhos em Cannes apontam para a chegada de um momento em que as pessoas não mais saberão diferenciar o que é real do que é virtual, o que ele chama de Era do Virtureal.

“A gente está vivendo um tempo no mobile, e de forma mais abrangente na indústria, em que é muito difícil a gente saber o que é real e o que é virtual. O real e o virtual se confundem cada vez mais. Para mim, isso é o começo de uma coisa que vai ser muito maior quando a gente tiver usando óculos de realidade virtual. Vem aí uma revolução cognitiva. Vem aí uma era em que o real e o virtual vão ser absolutamente indistinguíveis, provocando uma série de desafios novos.”

Bia Granja (YouPIX): o consumidor influencer

Para Bia Granja, chamou a atenção que, entre os trabalhos inscritos em Cannes na categoria Social & Influencer, alguns começam a trazer campanhas em que marcas usam a força do consumidor como influenciador.

“Fiz uma conta para entender o que era social e o que era influencer entre todos os trabalhos selecionados para a nossa shortlist, e 61% eram social e 39% eram influencer. Dentro da categoria de influencer, 62% estavam concentrados em celebridades, que é um modo clássico de entender o que é um formador de opinião. Creator, o nativo digital, o influenciador, foi só 17%. E uma coisa que eu amei demais foram 11% das empresas usando o consumidor como influenciador, que eu acho que é a grande tendência.”

Paulo Ilha (DPZ&T): insight cultural gera mídia

Para Paulo Ilha, a avaliação é de que os trabalhos em Cannes consolidam a ideia de que mídia é mais do que mídia, e não apenas uma ideia que apresenta um bom resultado. A boa campanha é aquela ligada a um contexto, que parte de um insight cultural para se desenvolver como mensagem de marca e trazer resultado.

“Todos os grandes trabalhos de mídia partem de um insight cultural relevante para as pessoas. O trabalho que ganhou o Grand Prix (AKQA para Nike AirMax), por exemplo, parte do insight cultural dos grafites e de sua relevância na cidade de São Paulo. […] Outro ponto é ser realmente relevante para a audiência e gerar empatia. A discussão era sobre o quanto é difícil se conectar com uma pessoa hoje num ecossistema de mídia extremamente complexo. Então, ser relevante e gerar empatia nas pessoas é primordial.”

 


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