Ela tem acesso a praticamente qualquer jogador profissional brasileiro do cenário de eSports. Há seis anos, Giuliana “Caju” Capitani acompanha os bastidores do universo competitivo dos jogos eletrônicos e sabe como tudo funciona, dos negócios ao relacionamento com o público. Noiva de Felipe “brTT” Gonçalves, ícone brasileiro no League of Legends (LoL), durante muito tempo Caju gerenciou todas as mídias sociais do ídolo e também chegou a negociar seus contratos comerciais.
Com esse know how todo, após se formar em publicidade, Caju decidiu que era hora de criar um caminho para si mesma dentro desse universo. Seu canal no YouTube, o Shot da Caju, recebe convidados conhecidos no meio gamer para um bate-papo descontraído.
“É como uma mesa de bar onde estou trocando ideia com um amigo meu. Eu mostro esse lado mais humano deles”, diz. Em menos de um ano, já tem mais de 350 mil inscritos e seus vídeos já alcançaram o pico de 1 milhão de visualizações.
Para Caju, há espaço para produção de conteúdo voltada ao público gamer que não se limite às transmissões dos jogos. Aliás, segundo ela, os fãs estão ávidos por isso. “Eu queria fazer alguma coisa no cenário e pensei ‘Ok, eu não jogo bem. E o que eu sinto que falta para o público?’ Era ver a galera que joga conversando como manos. Vou ser essa portinha para mostrar quem são essas pessoas. Eu tinha noção de que o público estava carente disso.”
E de fato ela tem levado para o bate-papo figuras relevantes no cenário, como Marcelo “coldzera” David, ex-atleta do time MIBR, e movimentado as conversas no meio. “Eu sei hypar no cenário de LoL. Foram seis anos de estudo e de experiência para ter noção do que vai dar certo”, diz Caju. “Por isso meu canal explodiu em menos de um ano no YouTube, porque eu sabia exatamente como lidar com esse público.”
A publicitária conta como foi o tempo em que gerenciou a comunicação do brTT. “Eu comecei a trabalhar na imagem dele durante a explosão dos eSports. Ele viveu o ápice dessas relações com o público. E tudo o que acontecia na internet em nome dele, eu que tomava conta”, afirma.
Aprendeu com erros e acertos, dando a cara a tapa, segundo ela. “Nessa experiência com algo tão novo, num mar vazio, eu tive que nadar sem ter direção nenhuma, sem ter ninguém para me orientar. Eu tinha que fazer isso sozinha e conquistei uma experiência absurda.”
Com pouco tempo de canal, o Shot da Caju já chama a atenção de marcas. Recentemente, ela realizou uma ação com a TNT sobre aceitação das mulheres no cenário gamer e preconceito. “Os fãs são incríveis em relação a qualquer marca com que faço parceria. Mesmo a maioria do público sendo masculina, eles me ajudam bastante, comentam que vão comprar para a namorada, se o produto é feminino.”
