O setor de alimentos voltou a crescer nos mercados e nos restaurantes, mesmo sofrendo com o forte impacto que da inflação no Brasil. Essa retomada abre espaço para que novas tendências de consumo – como comida saudável, plant based e de fácil preparo – se fortaleçam, segundo identifica o “Estudo de segmentos: Alimentos”, conduzido pela área de Consumer Insights do UOL.
O levantamento combina números de mercado com análise de comportamento de consumo, por meio de dados do TGI (Target Group Index) Kantar IBOPE Media cruzados com os da audiência UOL.
Em 2022, pela primeira vez, as vendas totais do segmento alcançaram a casa do trilhão (R$ 1,075 tri), mesmo sendo um dos segmentos mais impactados pela inflação (11,6% no ano). O número representa um crescimento de 15% em relação ao ano anterior, segundo a Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos).
Apesar do crescimento registrado, a preocupação com a insegurança alimentar no país permanece. Nesse sentido, políticas públicas promovidas pelo atual governo como aumento do salário-mínimo e o novo bolsa família, somados à desaceleração da inflação, devem aumentar a renda do brasileiro de 4% a 5,6% segundo economistas, conjuntura que pode impulsionar a procura por alimentos da cesta básica.
Entre as tendências de consumo que continuarão contribuindo para o bom desempenho do segmento, segundo o relatório, estão alguns estilos de vida em consolidação: a busca pela vida saudável, por escolhas sustentáveis e a necessidade de preparar refeições rápidas.
A procura por uma alimentação mais saudável vem modificando o cardápio dos consumidores. Esse movimento reflete o fortalecimento de tendências alimentares identificadas como “Alternativa” e “Funcional”. Na prática são perfis que buscam, por exemplo, por alimentos frescos e in natura, opções ao açúcar, alimentos funcionais, além da diversidade em alimentos protéicos. Entre os entrevistados, 15% declaram consumir produtos visando a saúde e o bem-estar (20% entre a audiência do UOL).
Já os adeptos da vida sustentável têm crescido em velocidade considerável. Em um ano, o número de pessoas entrevistadas que se declaram veganas ou vegetarianas cresceu 59%, segundo o mapeamento. E, no público do UOL, 52% dizem que concordam pagar um pouco mais por produtos orgânicos. São eles que impulsionam o mercado plant based. Os laticínios à base de plantas, por exemplo, são consumidos por 9% dos respondentes (17% entre o público do UOL).
Também segue em alta a tendência da “Praticidade”, associada tanto aos hábitos dos que cozinham em casa, quanto ao estilo de vida da Geração Z. Refeições prontas, como macarrão instantâneo, pizzas e pratos congelados, sopas em lata ou pacote, estão nesse rol. Além dos snacks, como biscoitos, batatas fritas, salgadinhos, e chocolates, barras de cereal e sobremesas já preparadas, que têm uma penetração de 94% dos lares pesquisados (97% no UOL).
Nesse mesmo eixo, o hábito de pedir comida delivery continua em alta no país por conta da facilidade que oferece no contexto do trabalho híbrido e da expansão dos aplicativos de entrega. Entre a população conectada ouvida na pesquisa, esses apps têm uma penetração de 25% (45% se olhada a audiência do UOL).
Em números, todos esses movimentos se refletem nos tipos de alimentos que mais figuram no carrinho de compras dos brasileiros. Segundo o estudo, carnes e comidas frescas – que atendem tanto aos adeptos da comida saudável, quanto aos que cozinham em casa, lideram o consumo, com uma penetração de 98% dos lares pesquisados (98% entre a audiência do UOL). A opção vem seguida de snacks (94% geral, 97% no UOL), laticínios (78% geral, 82% no UOL), alimentos básicos (68% geral, 74% no UOL) e refeições prontas (62% geral, 70% no UOL).
O supermercado larga na frente entre os principais ambientes de compra, para 41% dos respondentes. Em seguida, as principais opções são o hipermercado (18%), minimercado (18%), padaria/mercearia (13%) e feira/sacolão (18%).
