Dentro do Metaverso, a co-criação deve alcançar um novo estágio que interessa ao varejo. O público poderá, em conjunto com marcas, criar produtos virtuais para serem comercializados dentro da plataforma. Essa é uma das tendências previstas no “The Future 100: 2023 – Tendências e Mudanças a Serem Observadas em 2023”, relatório anual realizado pela Wunderman Thompson Intelligence.
No Metaverso, a venda de produtos virtuais, por meio das NFTs, já é uma realidade. De obras de arte, roupas, acessórios a propriedades como carros e casas, tudo pode ser criado e vendido nesse universo. E seus participantes compram. O documento cita um prognóstico da Bloomberg, de que o mercado no Metaverso deverá alcançar US$ 783 bilhões em 2024, um crescimento importante em relação a 2020, quando se chegou aos US$ 479 bilhões.
Nessas transações, as marcas vêm se posicionando, com o lançamento de produtos exclusivamente virtuais. Entre elas estão as de luxo Burberry, Ralph Lauren, Gucci e Balenciaga, que vendem skins, roupas e acessórios aos usuários.
Mas é possível ir além. A Nike, por exemplo, lançou em novembro de 2022 a plataforma “Swoosh.Nike”. O ambiente cria uma experiência em comunidade, “desenhada para oferecer às pessoas a oportunidade de co-criar o futuro da Nike”, segundo a própria descrição. Na prática, a plataforma é um local para comprar e comercializar os produtos virtuais da Nike, participar de desafios da comunidade para desbloquear acesso a eventos e produtos e co-criar equipamentos da Nike.
A iniciativa surge após investimentos bem-sucedidos com experiência virtual “Nikeland”, na plataforma Roblox, que ganhou reforço com a aquisição Artifact Studios (RTFKT), especializada na criação de tênis e artefatos digitais. Com esses movimentos, a Nike Digital se tornou o segmento que mais cresce na marca, respondendo por um quarto (26%) da receita total da marca, segundo aponta o relatório.
Já a Forever21 busca ativar o tino empreendedor do público em suas ações de co-criação para vendas no Metaverso. Criado na plataforma Roblox, o ambiente “Forever 21 Shop City” convida os usuários a selecionar e operar suas próprias vitrines virtuais. Eles constroem, estocam e operam suas próprias franquias virtuais – gerenciando tudo, desde o estoque até o atendimento aos clientes, operação da caixa registradora, contratação de funcionários e decoração das vitrines de suas lojas.
Na análise da WT Intelligence, essas iniciativas apontam que um futuro do varejo virtual será co-criativo. “A criatividade está se tornando o novo símbolo de status para a era Web3 nascente e as marcas estão ajustando suas ativações virtuais para comercializar criatividade e co-criação juntamente com produtos tradicionais”, mapeia o relatório. “Espere ver mais marcas democratizando o v-commerce (virtual commerce), oferecendo controle criativo a seus consumidores.”