Como as inovações irão impactar aspirações e ondas de comportamentos atuais? A ideia de viver com propósito, por exemplo, se tornará mais prática e palpável com as novas tecnologias? Segundo o relatório “WGSN: Futuras Inovações 2024”, a tendência é que sim. O documento procura mapear como as transformações tecnológicas irão mudar a forma como criamos, consumimos e nos relacionamos. E sugere ações para marcas se posicionarem frente a essas mudanças.
Ao todo, o documento sinaliza 12 eixos de inovação. Um deles é justamente o da “Vida com propósito” – objetivo que, aliás, também é muito caro às marcas. Outras áreas de inovação apresentadas no estudo passam pelas mídias sintéticas, pela cultura, pela percepção do que é ou não real, pela relação com o lugar onde se vive e com os animais. E há uma ideia de protopia, ou seja, novas ferramentas que ajudarão a prototipar um futuro melhor com visões realistas.
O relatório traz exemplos de como tecnologias associadas ao senso de propósito já estão em marcha. E podem ser encontradas, de forma prática, em produtos, como a linha de roupas Breathe, criada pelo designer Tom Ducarouge para a marca McQ, feita com texturas e adereços tecnológicos que ajudam a guiar exercícios de respiração.
No mundo do trabalho, plataformas como FYPM (de valoração de trabalho) e Polywork (rede colaborativa de jobs) dão suporte às mudanças nas jornadas e às novas dinâmicas de politrabalho, na qual profissionais prestam serviços a mais de uma empresa, administrando o próprio tempo. A visão da WGSN é otimista a esse respeito, usando a lente de que essas tecnologias permitem aos trabalhadores escolher o momento de trabalhar e o de descansar, sem considerar a possibilidade de sobrecarregá-los.
Outras tecnologias listadas falam de avatares que expressam o estado de espírito e bem-estar dos usuários, guias inteligentes de exercícios, meditação, além de experiências de relaxamento que a tecnologia pode tornar possíveis. São, segundo o relatório, indicativos de um movimento de inovações dando suporte à vida com propósito, que tendem a se multiplicar.
Como as marcas podem se posicionar frente a essa tendência? A WGSN aponta quatro caminhos:
1. Alinhe seus produtos e serviços aos propósitos
Que propósitos guiam o público da sua marca? E como é possível inovar para que seus produtos e serviços ajudem nesses propósitos? “O público está explorando novas formas de viver com mais propósito, por isso, avalie como seus produtos podem se encaixar nos novos estilos de vida e rotinas de trabalho”, diz o report.
2. Promova uma dieta digital saudável
Existe uma toxicidade no meio digital e sua marca pode inovar para tornar esse ambiente mais saudável. “Crie experiências digitais que melhorem o humor e promovam o bem-estar do seu público, e associe-se a redes sociais que tenham o mesmo objetivo. Para deixar essa proposta ainda mais clara, explore a ideia de organizar produtos por emoções ou sentimentos.”
3. Ajude seu público a descansar
As pessoas estão sobrecarregadas e pressionadas. Sua marca pode oferecer momentos de relaxamento? “Desenvolva produtos que se encaixem em rituais de autocuidado ou que sirvam de inspiração para novas práticas, apoiando a busca por mais momentos de descanso e investindo em categorias-chave como banho e sono.”
4. Transforme as experiências de varejo
Se a comunicação de suas ofertas são intrusivas ou cheias de gatilhos, que tal repensar? “Crie experiências de varejo com mais propósito, para tanto, invista em curadoria de produtos, webdesign relaxante e uma comunicação menos incisiva”, afirma o relatório.