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Pandemia torna in-houses mais estratégicas, diz estudo da WFA

Imagem: Reprodução

Um quadro vem se consolidando nos últimos anos: marcas globais estão produzindo cada vez mais conteúdo internamente, em agências in-house. O dado foi constatado pela pesquisa Tendências Globais em Creative In-Housing, da WFA (World Federation of Advertisers) feita em parceria com o Observatório Internacional. O levantamento lançado este mês mostra ainda que a pandemia de covid-19 aumentou a importância dessas agências.

No report, 57% das marcas consultadas declararam manter agências internas de criação, e 17% consideram instalar. O documento reúne depoimentos de executivos e dados quantitativos de 53 anunciantes com um gasto global anual aproximado de US$ 83 bilhões. Em relatos, executivos disseram que a covid-19 não provocou redução de recursos nas in-houses. Pelo contrário, em alguns casos, houve aumento.

“A covid-19 tem sido um catalisador para nós. A flexibilidade da in-house nos ajudou durante o isolamento, pois a equipe tem um acesso maior aos ativos da marca. A demanda foi maior e pensamos que a participação na produção de conteúdo das in-houses vai crescer nos próximos anos como resultado”, disse Laurent Burel, diretor de marketing digital na Pernod Ricard, fabricante da vodka Absolut, entre outras bebidas.

No último ano, a carga de trabalho nas in-houses aumentou para 82% das empresas entrevistadas. Isso não quer dizer que o trabalho nas agências internas dispense parcerias externas. Apenas 37% do trabalho criativo demandado pelas marcas entrevistadas é feito internamente, e 95% delas disseram que usam agências externas.

Entre as marcas com agências internas, 94% disseram que as in-houses produzem conteúdo digital, 50% lidam com o planejamento ou compra de mídia. De acordo com a pesquisa, 74% das agências internas foram estabelecidas nos últimos cinco anos.

A satisfação geral é alta: 87% dos entrevistados afirmaram estar satisfeitos ou totalmente satisfeitos com o resultado de suas equipes internas. Os principais índices apontados foram a qualidade da produção (81%), seguida pela redução de custos (52%) e velocidade de venda (38%).

Além disso, os entrevistados relataram que trazer o trabalho criativo para dentro de casa aumentou a integração das equipes (64%) e o conhecimento da marca e do negócio por elas (59%). E 55% disseram que os processos nas in-houses são mais rápidos.

O report ainda aponta desafios a serem vencidos pelas in-houses. Os principais citados são gerenciamento do fluxo de trabalho (para 62% dos entrevistados), priorização de projetos (52%) e a necessidade de expandir capacidades e conjuntos de habilidades (48%).

Embora a criação de in-houses seja um movimento produtivo para marcas que criaram um modelo complementar ao de agência externa, Rob Foster, consultor sênior do Observatório Internacional, afirma que essa não é uma solução universal. “Isso não quer dizer que seja adequado para todas as empresas. No final das contas, não é tão simples quanto contratar algumas pessoas diretamente. É uma grande mudança operacional que impacta a cultura da empresa, formas de trabalhar, tecnologia, relacionamentos com agências e modelos de custos.”


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