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Gilberto Corazza, da Turner: Momento é de cautela, e marcas precisam evitar oportunismo

Imagem: Reprodução

A pandemia de Covid-19 pelo mundo impõe um desafio sem precedentes a todos os setores da economia. E exige das marcas entenderem o momento, abraçar o espírito coletivo, fazer contribuições, mas com cautela e sem oportunismo. Esta é a visão de Gilberto Corazza, ad sales VP da Turner Brasil, braço da Time Warner no país, que produz e distribui conteúdo em canais de TV fechada. “A minha orientação na equipe é a de não sair vendendo soluções e projetos de maneira agressiva. Vendas está em segundo plano agora.”

Para o executivo, o que o ecossistema publicitário e de comunicação tem pela frente no Brasil e no mundo é algo para o qual não existe parâmetro comparativo. “Fiz 30 anos de mercado, e isso é algo sem precedentes. Nunca aconteceu dessa forma, com essa intensidade”, afirma.

Ele diz que, em sua trajetória, já enfrentou diversos problemas econômicos que afetaram negócios. “Mas agora é algo que alia uma pandemia sem precedentes no mundo atual aos impactos disso diretamente na economia. São duas coisas que juntas tornam esse momento muito complexo e sem muita visibilidade de quanto tempo vai perdurar”, afirma o executivo.

Diante disso, o que Corazza percebe do comportamento das marcas é que muitas delas cancelaram totalmente suas campanhas, enquanto outras mantiveram seus investimentos em mídia. Para as que se posicionam agora, é preciso cautela na comunicação.

As marcas precisam tomar cuidado de não ter uma percepção de oportunismo, que vai numa onda não muito simpática. Isso é muito importante, porque a audiência geral se tornou muito sensível à comunicação das marcas”, diz Corazza.

A Turner Brasil aderiu ao movimento #EuFicoEmCasa, liberando temporariamente o sinal de seus canais, entre eles, Esporte Interativo, TNT, Cartoon Networks e CNN, em todas as operadoras de TV paga.

“O nosso propósito é entreter, engajar e emocionar. Tudo permeia essa preocupação com a audiência. E por isso é óbvio que a gente tem de se posicionar, estando envolvido no espírito coletivo, fazendo a nossa parte, e de alguma maneira procurando engajar as pessoas para que façam o mesmo.”

Fazer o mesmo significa não sair de casa. Aliás, a programação dos canais da Turner Brasil têm passado por adaptações na grade, e as produções locais têm sido feitas fora dos estúdios e transmitidas pela internet, como o debate futebolístico “De Placa”, que agora acontece de forma totalmente virtual.

“É de dentro para fora”, diz Corazza, referindo-se ao fato de que, todas as áreas, desde a produção até o marketing, refletem as mudanças no modo de a companhia trabalhar por conta da pandemia.

A equipe que lidera, de ad sales e planejamento comercial e estratégico no Brasil, tem cerca de 50 pessoas, que também ficou 100% em casa. “A gente já tem uma característica de trabalhar remotamente, por um ou dois dias por semana. Trabalhar uma semana, 15 dias, um mês ou até mais é algo realmente diferente. Estamos todos no processo de como conciliar a vida profissional com os filhos e a administração da casa.”

Segundo ele, a primeira semana foi um grande aprendizado para todos. A partir da segunda, todos estão mais tranquilos e trabalhando de forma mais organizada. “É importante estar muito próximo dos líderes, e de toda equipe em conversas regulares, de incentivo, entendimento, escutar, e se colocar à disposição. Você vira um consultor psicológico e de negócios.”

Corazza diz que o desafio permeia não só a Turner, como também parceiros e clientes. “Essa conversa não é só entre nós, mas também com todas as agências e todos os clientes de quem a gente não pode estar distante, tem de estar de alguma maneira próximo, fazendo parte dos desafios que são de todos. E o sentimento é de que tem muito aprendizado. Tenho certeza que depois a gente vai estar muito mais forte.”

Minibio

Gilberto Corazza é graduado em publicidade e propaganda pela Faculdade Alcântara Machado e pós-graduado em Marketing pela ESPM. Com 30 anos de atuação na área comercial de veículos de comunicação, teve passagens pela Editora Três, TV Gazeta, Rede Bandeirantes. Foi diretor do mercado anunciante na Editora Globo. É vice-presidente de ad sales na Turner Brasil desde 2012.


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