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Copa de Futebol Feminino coloca marcas como agentes de transformação

Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Marta levanta troféu da Copa América Feminina conquistada pelo Brasil em 2018

O futebol feminino vive um momento de especial crescimento no interesse do público e das marcas. Às vésperas da Copa do Mundo de Futebol Feminino da França, que será de 7 de junho a 7 de julho, Nike e Adidas já demarcam seus territórios. E a torcida brasileira, pela primeira vez, poderá assistir às partidas pela TV aberta.

Na visão da jornalista Renata Mendonça, uma das fundadoras do blog Dibradoras, que traz uma perspectiva feminina do universo das chuteiras, o cenário favorável às mulheres no futebol é resultado de um movimento que partiu não apenas do bom desempenho das jogadoras, mas também do interesse da audiência feminina que foi abraçado pelas marcas.

“As marcas passaram muito tempo ignorando as mulheres como público-alvo no futebol, e nos últimos anos isso mudou. Agora, as marcas entendem que têm de se comunicar com mulheres de forma correta”, diz.

Mais do que oportunidade de mídia, o futebol feminino é um exemplo de como a publicidade pode ser agente de transformação e fomento do esporte, ajudando a criar novos espaços de interesse para o público.

Na opinião da jornalista, o patrocínio do Itaú à seleção feminina, por exemplo, incentivou que veículos de comunicação dessem mais visibilidade à modalidade. “É difícil marcas se interessarem em patrocinar esportes femininos. Quando abraçam a causa, trazem o investimento que esses esportes precisam. E acabam mostrando para a mídia que é importante cobrir”, diz.

O chute inicial para o aumento do interesse de mulheres por futebol foi a recente onda feminista, que encorajou o público feminino a ocupar e a transformar os espaços antes considerados machistas, segundo Renata. “Elas começaram a perceber o quanto foram excluídas do futebol.”

Mas quando o hype chega, segundo ela, é importante também a publicidade ser cuidadosa para não reproduzir machismos. Um antídoto para isso é deixar mulheres à frente da criação e do planejamento de ações, na opinião da jornalista.

“A marca precisa de gente que viva aquilo. Não pode ter uma equipe de 10 caras para construir uma campanha de futebol feminino. Não vai soar genuíno. Quando homens criam por mulheres, em algum momento a falta de autenticidade vai vazar”, declara.

O blog Dibradoras, formado por três mulheres, nasceu durante a cobertura da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2015. Uma das produções de maior sucesso foi seu podcast. Agora, elas vão  para o seu segundo mundial. “Para esta Copa, duas de nós estarão na França. Já conseguimos parceria para o podcast.”

Segundo Renata, a cobertura do Dibradoras será feita pelas redes sociais e pelo blog, que é parceiro de conteúdo do UOL. “Estamos empolgadíssimas. A gente virou referência no assunto e se sente parte dessa construção do que é o futebol feminino.”


Quem faz os conteúdos UOL para Marcas:

Apuração e redação: Renata Gama / Edição e redes sociais: Raphaella Francisco / Arte: Pedro Crastechini
Gerente responsável: Marina Assis / Gerente Geral: Karen Cunsolo