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Três pontos altos de Cannes 2018 para a publicidade brasileira

“Tagwords”, da Africa para Budweiser, levou um Grand Prix e foi a campanha brasileira mais premiada

O Festival de Cannes foi mais enxuto em 2018. Foram menos dias de evento, menos leões distribuídos, um número menor de inscrições. Isso tornou o evento mais objetivo, e acirrou a concorrência. Mesmo assim, o aproveitamento do Brasil cresceu em relação ao ano passado. Com base na cobertura do Meio & Mensagem, patrocinada pelo UOL AD_LAB, o blog selecionou três pontos altos, em que o país se destacou.

1. Melhor desempenho verde-amarelo

Contrariando a estatística geral do evento, o Brasil mostrou mais força nesta edição, trazendo para casa um total de 101 Leões (dois a mais que no ano passado), entre eles, dois Grand Prix. O desempenho surpreende, já que 2018 foi um ano de queda no total de troféus concedidos (-19%) e de número de trabalhos inscritos (-21%). Só os brasileiros reduziram as inscrições em 29%. Mas isso não afetou o nosso aproveitamento, que cresceu significativamente: a participação do país na quantidade de prêmios distribuídos subiu de 6,7% em 2017 para 8,5% em 2018.

Veja os GPs brasileiros:

“Tagwords”, da Africa para Budweiser (AB Inbev)
1 Grand Prix (Print & Publishing), 2 Ouros (Print & Publishing e Direct) e 4 Pratas (2 em Direct, 1 em Media e 1 em Outdoor)

Campanha mais premiada do país, “Tagwords” é o primeiro Grand Prix de Africa. Mensagens nas ruas desafiaram o público a pesquisar sobre grandes festivais para constatar a relação histórica da marca com a música.

“Detector de corrupção”, da Grey para Reclame Aqui
1 Grand Prix (Mobile), 1 Ouro (Mobile), 1 Prata (Brand Experience & Activation) e 4 Bronzes (Brand Experience & Activation, Direct, Mobile e Sustainable Development Goals)

Primeiro Grand Prix da história da agência do grupo Newcomm, aplicativo detecta por reconhecimento facial se políticos brasileiros têm ficha suja.

2. Igualdade de gênero e diversidade

O Brasil mostrou este ano que está atento a temas sociais. E foi reconhecido. O país levou dois Leões na categoria Glass, que tem o objetivo de estimular agências e anunciantes a abraçar a causa da igualdade de gênero. Um Leão de Prata foi para o trabalho “#MyNameMyGame”, criado pela Africa para a Vivo. A campanha convidou homens do universo gamer a jogar online com nomes femininos, para sentir na pele o assédio sofrido pelas jogadoras. Já o “Dress for Respect”, que ganhou Leão de Bronze, foi uma ideia da Ogilvy para a Schwepps. Foi criado um vestido com sensores que detectam os toques indesejados em mulheres nas casas noturnas. A luta contra a homofobia representada pela campanha “Essa Coca é Fanta” foi premiada com quatro troféus. O case criado pela David São Paulo procurou reverter o sentido pejorativo da expressão ao colocar Fanta dentro das latas de Coca-Cola.

3. Marcas que atuam em temas de interesse público

Quando a marca se posiciona socialmente, como agente que busca soluções para assuntos de interesse público, o resultado ultrapassa o engajamento para deixar um legado. E a publicidade brasileira se destacou nesse território. Além do GP conquistado pela Grey, com o “Detector de Corrupção”, duas outras campanhas do país ganharam o reconhecimento do júri de Cannes. A campanha “Rota de emergência”, da Y&R para JCDecaux, é uma estratégia out-of-home que orienta motoristas de São Paulo a abrirem espaço no trânsito para ambulâncias. Levou um ouro e dois bronzes. E a “Ricky Brasil”, da Ogilvy para Forbes, criou uma persona do que seria um bilionário corrupto por meio de inteligência artificial, para ajudar a população a detectar discursos semelhantes. Também recebeu um ouro e dois bronzes.


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